Maus-tratos aos animais
Muito se tem falado e pouco ou quase nada se tem feito a
respeito.
Estou me referindo à violência contra os animais em nossa
cidade.
As pessoas tecem inúmeros comentários “indignadas”, mas o
que efetivamente, como cidadãos, estão fazendo para acabar ou minorar esta
situação? Aprendi que o olhar do poder publico é limitado para certos assuntos
, o que não justifica nossa omissão enquanto pessoas que se dizem “de bem” e
assim aparecem frente à sociedade.
É fácil, não dói, e
melhor, não mexe no bolso de ninguém ler um artigo denunciando maus tratos
contra animais no jornal.
Agora envolvida com a ONG Ações de Justiça pelos Animais
(AJA), vejo que muitos gostam de seus animais de estimação e discursam em alto e bom tom os
cuidados, às vezes até exagerados, que têm para com eles.
Mas na hora de
auxiliar aqueles desprovidos de um lar, cuidados, carinho e “comida”, negam a
situação, como se não existisse. Esquecem que todos animais também são seres vivos e que podem sim, espalhar doenças se
não cuidados.
Claro, uma atenção,
uma doação neste caso, não dá Ipobe, não aparece foto no jornal.
Muitas dessas pessoas
“de bem” da nossa cidade, são responsáveis por infringir maus- tratos aos seus
próprios animais domésticos e, pior, covardemente negam quando abordados ou
questionados a respeito. Ignorância? Não, é maldade mesmo. Podem mudar a
situação e não querem.
O dia-a-dia dos voluntários da ONG AJA é muito sofrido e
frustrante, mas nosso respeito a todos seres vivos faz com que suportemos estes
sentimentos e continuemos na luta.
Muitas pessoas, no entanto, não conseguindo lidar com suas
emoções, negam a realidade.
Surge no meio de todo
este caos de desrespeito a situação dos carroceiros, que, embora muitas pessoas
“não reconheçam”, são cidadãos, votam e pagam impostos e deveriam, no mínimo,
ser vistos com mais dignidade.
Nada justifica que estas pessoas que têm nos cavalos seu
meio de transporte os negligenciem e os tratem mal.
Talvez não aprenderam a dar valor àquele animal que é
peça fundamental para sua subsistência.
Interessante notar que a situação se repete quando políticos
e autoridades em geral também não “veem os cidadãos”, aqueles a quem
“dizem”representar, como responsáveis pelo seu “ganha-pão”.
Sabemos de projetos idealizados por veterinários e
simpatizantes com a causa dos animais senão
para resolver, para minimizar os efeitos da negligência e, porque não, da
maldade das pessoas contra os animais, que nunca foram nem sequer considerados.
O que esperar então? Que catadores sejam “vistos” em suas
necessidades básicas de subsistência? Que animais maltratados e
negligenciados sejam “acudidos”? Que se modifique a crueldade contra os animais
do Parque da Gruta?
Agradeço por ainda haver pessoas que se indignam com o que
acontece e denunciam, porque o dia que isto não acontecer mais, a sociedade
toda estará perdida, a mercê daqueles “doentes” por poder e ganância
financeira.
Não estou apenas apontando o dedo, acusando, mas também me coloco à disposição para auxiliar a dar
consistência efetiva a projetos de proteção animal.
“ Os animais foram criados pela mesma mão caridosa de
Deus que nos criou...É nosso dever protegê-los e promover o seu bem estar.” (Madre Tereza de Calcutá)
Flavia Hoelzel
Cidadã santa-cruzense
e apoiadora da ONG AJA
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